Introdução: O ensino da Anatomia Humana (AH) é basilar na formação de todos os profissionais da área da saúde. O professor de Educação Física necessita dos conhecimentos anatômicos, principalmente do sistema locomotor para organização de práticas corporais. Atualmente o ensino tradicional da AH ocorre por meio de aulas teóricas predominantemente expositivas e aulas práticas em laboratórios. Sabe-se que o processo de ensino-aprendizagem dos aspectos morfológicos em AH se mostra difícil e complicado quando os estudantes não participam ativamente. A pintura corporal (PC) é um método ativo que consiste na pintura de estruturas internas na superfície corporal e abrange tipos distintos de aprendizagens, como a tátil, cinestésica, visual e auditiva. Objetivo: relatar a experiência do uso da PC numa prova prática da disciplina de AH com acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física do Instituto Federal do Ceará (IFCE) campus Limoeiro do Norte no ano de 2018. Método: 35 estudantes foram divididos em grupos de quatro ou cinco pessoas, dentre elas o modelo voluntário que teve seu corpo pintado pelos colegas, com estruturas anatômicas pré-definidas. Para a realização da PC foi utilizado um atlas de AH, tinta lavável, pincel, água e sabão neutro. Descrição da experiência: Os estudantes foram reunidos na sala de aula e receberam o material necessário para a pintura. Durante cerca de uma hora e meia os grupos discutiram e detectaram a localização das estruturas anatômicas e, então, realizarem a pintura de músculos, ossos, tecidos conjuntivos e fibrosos nos voluntários vestidos adequadamente. Após a sessão de PC, os estudantes fizeram uma curta apresentação prática das estruturas do sistema locomotor (ósseo, articular e muscular) e logo depois foram realizadas discussões com o docente sobre o método. Na ocasião, de modo geral, os discentes relataram que tal método permitia um melhor entendimento do conteúdo aplicado à situações mais práticas do cotidiano docente do professor de educação física, além de buscarem mais informações como tipos e movimentos articulares, origem/inserção e funções musculares, conteúdos que em uma prova com foco na nomenclatura ficavam omissos. Conclusão: Tal metodologia alternativa de avaliação permitiu aos alunos maior grau de liberdade no processo ensino-aprendizagem, evitando exclusivamente o estudo isolado de nomenclaturas anatômicas. Além disso, disponibilizou uma visão geral e aplicada à futura atuação profissional dos discentes.
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